sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Where the Wild Things Are

Autor e artista: Maurice Sendak
Ano de publicação: 1963

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Yo! How's it going?

Nesta primeira postagem de novembro, trago a vocês o livro ilustrado "Where the Wild Things Are", publicado por aqui sob o nome "Onde Vivem os Monstros", obra clássica da literatura infantil dona de muitas premiações e até mesmo adaptada ao cinema por Spike Jonze em 2009. Let the wild rumpus start!

Plano de fundo: Trajando sua fantasia de lobo, Max apronta travessuras em sua casa e é castigado por sua mãe, tendo que voltar a seu quarto sem poder jantar. Dentro das paredes de seu pequeno território, porém, árvores crescem e um mundo selvagem se revela para ele, conduzindo-o por uma jornada até uma misteriosa floresta habitada por criaturas estranhas e peludas que nele encontram a figura de um rei.

Papum: Assim como o que ocorreu em "The Houdini Box", ler uma obra infantil como "Where the Wild Things Are" é uma doce viagem de volta à infância e toda a inocência que o período remete. Aventuras e morais são construídas de modo tanto a cativar quanto ensinar os leitores sobre o mundo que os cerca e o que eles sabem sobre si mesmos, reflexão altamente produtiva que garante um crescimento atento e valoroso, se bem interpretado por adultos. Pois bem, é justamente nisso que "Where the Wild Things Are" se apoia e se engradece.

Partindo de uma narrativa simples de pouquíssimas frases, e usando ainda algumas repetições na descrição de trejeitos de suas personagens, Sendak desenvolve seu elenco de modo rápido para que seu protagonista logo seja inserida no contexto fantástico que o espera. Qualquer criança pode se relacionar com a figura de Max e suas malcriações, criando assim uma sólida conexão com leitores mirins que, embora o próprio Sendak negasse ao  dizer que não escrevia para crianças porque não acreditava em infância, acaba predominando e atraindo o público infantil como grande alvo de seu trabalho.

Quando Max é castigado e assim enviado ao lugar onde monstros predominam, entra em cena o verdadeiro valor da obra e seus planos mais interessantes. Turrão e travesso, o menino inverte o jogo contra as criaturas que o cercam e acaba por domá-las, tornando-se assim o rei para poder fazer as malcriações que quiser. Nesse sentido, os monstros refletem sua personalidade e realmente causam barulho, divertindo-se como querem sem limite algum de tempo ou situação. O mais interessante, contudo, é observar como Max não só sente falta de sua mãe como assume sua figura perante os monstros, enviando-os para cama sem direito algum a jantar. Assim como ele reagira a sua mãe, os monstros reagem a sua ordem, já que nada mais são do que suas próprias facetas, e logo Max se vê retornando ao aconchego de sua casa e a presença de sua mãe, que contrariando o que dissera, deixara sim alguma coisa para Max em seu quarto. O crescimento da personagem é notável e o modo como passa a compreender suas próprias ações é concluído de modo direto e preciso, fazendo-o entender as consequências de seus atos assim como o amor incondicional provido por sua mãe, que mesmo nos tempos mais difíceis do menino, continua a amá-lo do mesmo jeito.

Em uma nota mais artística, merece comentários a arte bonita e contornos simples de Sendak  nas visualizações da história por ele desenvolvida. É certamente intrigante ver como seu trabalho influenciou Brian Selznick e uma série de outros autores infantis pelas décadas que se seguiram, e o jogo de cores por ele abordado é não só vívido quanto sutilmente adequado  às projeções por ele abordadas. Assim como no trabalho de Selznick, Sendak ainda faz muito uso de hachuras na construção de seus cenários, e agora coloridas, uma nova camada de profundidade é adicionada, sendo capaz de prender pequenos leitores de modo eficaz e consistente. Nesse sentido, então, "Where the Wild Things Are" é um livro recomendadíssimo para crianças e pais alike, abrindo espaço para atividades criativas e discussões conceituais altamente produtivas nos processos de educação e crescimento tanto parental quanto escolar de qualquer um que entenda a bonita mensagem que o livro quer mostrar.

Agora 'nuff said. Continuem a acompanhar o blog e até a próxima!

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In a nutshell:

- Where the Wild Things Are -
Thumbs Up: arte e enredo de Sendak; espaço para reflexões e trabalhos com valores importantes na educação infantil; conexão entre leitores e personagens; boa sonoridade e escolha de palavras na construção de seus planos;
Thumbs Down: -----      

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