domingo, 12 de agosto de 2012

Monty Python's A Vida de Brian

Direção: Terry Jones
Elenco: Graham Chapman, John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones, Michael Palin

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Yo! How's it going?

Antes de qualquer coisa, gostaria de desejar um ótimo domingo de Dia dos Pais a todos!

Seguindo viagem, hoje abordo em minha postagem um filme  incomum para nós brasileiros: "A Vida de Brian", produzido, dirigido e interpretado pela equipe de comediantes britânicos de muito sucesso na década de 70, Monty Python.

Assim como o que ocorreu com "Pulp Fiction", lamento muito ter assistido a qualquer coisa relacionada a Monty Python somente agora. Afinal de contas, o senso de humor peculiar da trupe e suas piadas históricas tanto políticas quanto religiosas são um banquete farto para aqueles que, como eu, gostam do humor ácido dos ingleses (e não me refiro ao estilo de Mr. Bean).

"A Vida de Brian" é o terceiro de cinco longas feitos pelo grupo Monty Python. No entanto, não há ordem cronológica para assistirmos tais filmes, e seguindo a recomendação de um bom amigo meu, iniciei minha jornada nesse mundo humorístico surreal pelo que, segundo muitos, é o melhor filme deles.

Plano de fundo: Os três reis magos chegam a Belém para presentear o messias que acaba de nascer. Ao tentar fazê-lo, no entanto, o trio acaba por quase presentear o bebê errado com seus incríveis dotes, apresentando-nos assim ao recém-nascido e aparentemente irrelevante Brian, indivíduo que está fadado a carregar o estigma de falso messias desde seu nascimento.

Anos se passam e o agora adulto Brian, morador da Judeia e odiador do império romano, junta-se ao grupo denominado Frente dos Povos da Judeia. Ao lado dos outros peculiares e falastrões membros dessa bagunçada frente revolucionária, Brian sonha em retirar o controle de Pôncio Pilatos e dos romanos sobre a Judeia e devolvê-la a seu povo de origem, mesmo que a FPJ não esteja muito disposta a ajudá-lo.

Papum: "A Vida de Brian" certamente não é um filme para os mais religiosos. E como não.

Misturando astúcia, acidez e momentos de pastelão, o longa satiriza a vida do povo da Judeia e brinca com dezenas de elementos religiosos sem pudor algum: do nascimento do messias à busca do povo judeu por aquele que irá salvá-los, transformando em um verdadeiro circo os apedrejamentos públicos e até mesmo as crucificações realizadas durante aquela era.

Discussões políticas ganham um olhar divertido e peculiar aqui. A FPJ, ao contrário de seu ideal revolucionário, acaba por direcionar seu reativismo contra outras frentes de rebelião ao invés de seu verdadeiro inimigo, uma paródia explícita de sistemas revolucionários reais que durante a história trataram a revolução como fim, e não como meio. Além disso, o grupo em questão gasta um enorme tempo planejando seus atos para, no final das contas, nada concretizar. O senso de ironia é grande, colocando em cheque o verdadeiro propósito de assembleias políticas e seus debates infrutíferos.

"A Vida de Brian" tem seus momentos mais brilhantes, porém, na saga de seu protagonista e sua rejeição em se tornar o grande messias. O retrato do povo da Judeia completamente cego e maleável é agudo e satírico, ironizando a crença do povo e fazendo deles adeptos acéfalos que apenas seguem seu líder sem questioná-lo. O tema ainda ganha profundidade quando o próprio Brian diz a seus seguidores que eles devem pensar por si, individualmente - discurso que é rebatido com o povo exigindo que ele, Brian, os ensine a pensar individualmente, criando assim um paradoxo sarcástico que realmente entretém.

Em meio a tudo isso, há ainda referências divertidas e nonsense à cultura popular da época, encaixando até mesmo um momento "Star Wars" dentro do enredo - encaixe esse absurdamente maluco, como vocês devem imaginar.

Por fim, ganha destaque a cena final do filme e a canção cantada por Eric Idle que ficou eternizada na memória dos fãs de Monty Python e até mesmo da cultura britânica. Fervorosos acusaram e acusam Monty Python de blasfemar a crucificação de Cristo com a sequência final de Brian e seus companheiros em sua execução, transformando a cena toda em algo que as pessoas não deveriam levar a sério. A canção em questão, "Always Look on the Bright Side of Life", contudo, atingiu tamanha popularidade que chegou até mesmo a ser cantada no encerramento das olimpíadas de Londres pelo próprio Eric Idle, há apenas alguns minutos.

'Nuff said. Postem seus comentários sobre "A Vida de Brian" ou outros trabalhos de Monty Python aqui no blog e fiquem ligados: tratarei de escrever sobre os outros projetos do grupo aqui no meu blog muito em breve! 

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In a nutshell:

- Monty Python's A Vida de Brian -
Thumbs Up: audácia satírica e senso de humor aguçado; ótima trilha sonora; performances incríveis de toda a trupe Monty Python; referências históricas que provocam e divertem;
Thumbs Down: não são todos que conseguem entender a película como uma simples sátira; as cenas de pastelão podem parecer um tanto tolas para os tempos atuais, visto que o filme foi rodado em 1979;  

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